sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Dois poemas

Manhã

Olhou a fresta da porta viu a sombra dele se arrumando no banheiro escovando os dentes secando o rosto na toalha antes branca arrumando a cueca na frente ele volta olha rapidamente seu corpo seminu entregue aos lençóis anda até o armário na esperança de pensar rapidamente em uma frase boa para romper o silêncio nada estica-se veste uma calça preta camisa abotoada senta-se no canto da cama e veste as meias os sapatos passa mão nos cabelos espreme os olhos volta-se para ela dá um beijo em sua testa sai sem fazer alarde ela pensa que saiu rápido demais sem esperança de revê-lo liga o chuveiro uma última vez.


Sábado à noite


Pintou os lábios
Rímel
Puxou os cabelos para trás
Prendeu bem alto
Meia calça preta de renda florida
Blusa lilás
Ombro caído
Perfume francês
Salto doze
Buzina na janela
Suspiro
É chegada a hora da conquista final
Todos sabem o que vai acontecer no final
Fechou a porta
E sorriu

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