quinta-feira, 22 de abril de 2010

Poemas em abril

Sexo automotivo


Rodada vc...


Sexo automotivo 2:


Abre a porta, abre as pernas, tira o cinto, abre o cinto,

Aperto, apertos

Na velocidade da falta de razão

Sinal vermelho, bafômetro

Engasga!



Desanuviar



Abril despedaçado

Sonhos anuviados

Gritos e sussurros

Da consciência que não trai

Volta, gira, cai

Se entrega ao estado letárgico

Só por um instante

A dor também liberta

Mergulhar é perigoso

Se necessário vou junto

Solidão e escuridão

Volto pro balanço

E frio na barriga

E tombo

Sangue pisado

Sacrifícios pra se encontrar


Série "Diálogos inventados"


Quanto mais


Quanto mais

Dois segundos

(vinte minutos depois)

Cansei de esperar

Pra sentir alguma coisa por você, sabe?

Desculpe a sinceridade...

Tah, então, a gente se vê

Você não entendeu, até nunca mais

Ah, isso eu não posso aceitar

Não depende só de você

Volta o disco

Quanto mais?

Um segundo

Onde você vai?

Comprar um cigarro



Vamos, vamos


Corre, corre

Pro abraço

Te amasso

Passa o sal

Vira de lado

Te acho

Você sempre faz isso

Sou assim

É pegar ou largar

Só se for agora

Me lembre de te contar

A gente sempre esquece

E estamos prontos pra outra



Pensata



Se eu olhar bem pra você

Vejo o meu ex

Assim meio com os olhos espremidos, sabe

Só não admitiria isso nunca

Nem pro meu maior amigo

A verdade, é que a gente não busca o pai

A gente busca desesperadamente a gente mesmo



Janela em movimento



Luar

Dia de sol

Outono quente

Outra estação

Vai o trem

Matizes no além

O horizonte trêmulo

De uma miragem

Lembro de mim criança

Lembro de você

E do Augusto

Me dizendo pra parar de correr

As paisagens passam rápido

Pessoas conversam entretidas,

como se as histórias de estranhos realmente importassem

Segue o trem

Segue a vida

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Poemas das férias

Se as conversas saíssem do pântano

Como bolhas

O ranço das ideias

Negras

Pútridas

As mais pequenas, pérfidas

Estalariam nos ouvidos

e federiam

como toda pequena maldade

quando se acorda crítico



Te amei tanto, bêbado

Cambaleante

Saltando entre poças

Por uma noite

Mas depois de tanta lama

Seca

A razão latente

Não cala

E seguiremos menos que amigos



Um portal

Um espelho

Uma janela

Da mente

Quando nada mais importa

Tão somente

O ocaso

O vazio

Uma meditação forçada

E germinante



Cala-te

Pega-me

Enlaça-me

Pela-me

Lamba-me

Devora-me

Decifra-me

Cubra-me

Interprete-me

E no fim...

Me ame!

Intransitivamente



Anedotas

Galhofas

Cambalhotas

Balofas palavras

Engraçadas

Como bochechas infladas





Ideias escritas discretamente

Esvaziam a mente

Em voz baixa

Voando alto

O pensamento