quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Reveillon

Cecília escorregou pela cachoeira, empoçou em Pocinhos
Juliana e Renata foram passar calor em Cabo Frio, preferiram Búzios
Karina em Caldas, novidades? Saudade!
Ana voa longe, nos maiores recifes contará as unhas vermelhas biquíni
Bia vai ver o Cristo abrir os braços para o ano novo
Gisele nos sete mares, vai rainha, vai render
Aline me escreve, Catarina ensaia a cena
Devagar com o andor, ainda faltam meses!
Suzana espera, Camila tira férias, Vivian escolhe a decoração
Fernanda está em lua de mel
Carol faz anos, Fabiana corre, Marília morre de vontade de chegar no avião
Cristina toma um sol, Vera ri pro rebento, Luana samba um momento
Charlene nos faz apertar de novo o coração
Deia mostra os presentes, Mari faz os convites
Renatas, Julianas, Fabianas, todas elas
Estão na espera
O ano novo chega para todas
Cada uma na sua janela
Vamos ver elas
Rezarem a lenda, darem a volta por cima, encontrar os amores, os dissabores, cantar aquela canção
Chorar mais um pouquinho, tomar aquele chopinho, balançar no batidão
Vamos Marias!
Vamos Luciana, Ariane!
Vamos Margarete, vamos Vielka!
Que o ano é novo, as amizades são as mesmas
Que nos levam o tempo, o passado,
O olhar nos olhos das amigas que guardam nosso sofrimento
Guardam nossas fantasias, nossas risadas, guardam cada momento
Dividido, vivido, curtido, sentido
Nesse andar que junto é uma vida imensa
Partilhada como colcha de retalhos
Como imensidão de identificação nas diferenças
No amor, na fé, na mão que segura, no ombro que acolhe, no abraço apertado
Com pulinhos e gritos que nunca se perderão!

FELIZ ANO NOVO AMIGAS DA MINHA VIDA!

Uma imagem, o tempo, vida parada, momento

No terreiro

correu girou dançou loucamente na chuva a roupa branca colou no corpo rodopiou feito pião ria dançava seus cabelos subiam como balão abriu os braços e desapareceu

Sonho de Ariel

Vou dançar nas ondas do mar
E te enlaçar com minhas pernas
Vou jogar os braços pro ar
E você me girará lentamente
Te abraço
Calor e frio, corpos molhados
Somos um, somos bolhas n’água
Serpenteando juntos
Sorrindo, beijando
Abraço com vácuo
Sou leve
Me carregue
Bóio como vitória régia
Bolhas brancas como véu de noiva
No horizonte o amor
No abraço não há começo, não há fim
A energia é una
O céu, o sol, o mar infinito
Não há suor, não há solidão
A tarde nos coroa, dá vazão
Nossa escolha
Sentir, subir à tona
A paixão

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Na cidade


ainda te sinto
sorrindo pra mim
cheirando meus cabelos
me segurando pelo pescoço, por trás
sua mão
é conforto
e alguma segurança

ando pela cidade
chuva fina
algo de caótico e poético
se instaura no ar
entre as luzes de natal
as obras
as buzinas das motocicletas
o anonimato e a multidão
há os amigos
há crianças vibrando
rindo

há o eco dos corais
há vitrines majestosas
há um passear entre gente que corre

observo a avenida
ando sozinha
pensando em você do meu lado
me contando histórias do passado
segurando de novo a minha mão

enquanto o tempo fica congelado
um instante, um pensamento
e tudo volta a se mexer
sigo em passos automáticos
ziguezagueando entre as poças
em casa me espera
um retrato e o anoitecer