sábado, 7 de maio de 2011

Crise da criação

As melhores palavras
São aquelas que eu não levantei da cama para escrever
Maldito buraco das palavras não ditas!
Maldito abismo infinito
Cheio de letras
E diálogos imaginários
Buraco negro, profundo
O mundo
Um mundo de imaginação com tantas cores que ficou preto
Maldito buraco
Se caio, arrepio de medo
Se não olho
Não sara a intenção
De conhecer esse compêndio inteiro
De palavras não ditas
Das maiores palavras
Dos maiores desesperos
De tantos momentos
Em que as palavras não foram ditas
Não foram escritas
Mas nem por isso
Estão esquecidas
Lá estão as palavras
Vivas
Num buraco fundo
Que cheio de palavras
Uma hora vem à tona
Venham à tona e se precipitem
E apareçam palavras!
Devolvendo todo sentimento
Que um dia eu senti
Que um dia eu escrevi
Nas palavras do meu pensamento.

Nenhum comentário: