terça-feira, 7 de agosto de 2007

Floradas de agosto sem destino

Dias ensolarados e frescos de agosto, de céu azul sem nuvens e ipês brancos em flor. Perfumes. A cidade fica muda, a espera de algo que está para acontecer, sem prelúdio. Ouço Caetano, lembro de amores passados e me pergunto o que a vida trará nesse agosto. Por mais que tracemos metas, decidamos onde ir, com quem e a que horas, confessemos que a vida tem uma dose imensa de acaso. E se o acaso é ilógico, imprevisível e indefectível, só podemos esperar que de suas confabulações resulte algo de bom. Nem sempre é o que ocorre, como naquela noite em que você sai para tomar uma cerveja com as amigas e dá de cara com o ex no lugar mais comum e que ele nunca vai. Ou ainda, quando você sai pronta para o crime e se perde numa dose de tequila antes que algo aconteça. São escolhas ou nem tanto, mas o quanto podemos dirigir nossas vidas?
Talvez menos do que gostaríamos, mais do que realmente fazemos. Uma dúvida que me vem a mente é, traçando um plano para o meu próprio destino, qual seria a chance real de atingi-lo? Será que estarei em Paris no próximo verão? Solteira? Terminando a pós-graduação?
Bien, o destino de devaneios também se encarrega e enche a nossa vida das melhores histórias. Se não fosse alguns inesperados bons e ruins, os melhores escritores não teriam um desfecho inusitado para suas obras, os filmes não poderiam ter suspense nos momentos entre uma ação e outra e saberíamos exatamente quem entraria pela porta agora ou daqui há dez minutos...
Quando dá errado aquele planejamento de um dia ou de uma noite, tente lembrar que algumas das melhores coisas que aconteceram a você foram resultado do acaso e que para o bem ou para o mal, sem ele a vida seria por demais enfadonha e nada artística.

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